“Meninas foram vítimas do próprio destino”, diz advogado do motorista do ‘Caso Jaguar’

A defesa do motorista tenta convencer o tribunal de que o acidente foi inevitável

“Meninas foram vítimas do próprio destino”, diz advogado do motorista do ‘Caso Jaguar’

Divulgação

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No Fórum de Gaspar, na tarde desta quarta-feira, 19, ocorreu a sustentação oral da defesa de Evanio Prestini, réu no famoso ‘Caso Jaguar’. Durante sua defesa, o advogado José Manoel Soar declarou que as meninas, vítimas fatais do acidente, foram "vítimas do próprio destino".

A defesa de Evanio Prestini começou por volta das 17h50 e se estendeu até 19h15, momento em que o julgamento fez uma pausa para a réplica do Ministério Público. Composta por uma equipe de dez advogados, apenas José Manoel Soar e Roberto Brzezinski Neto fizeram uso do tempo disponível para defender Evanio.

José Manoel iniciou sua fala defendendo a credibilidade do perito apresentado, que possui certificação internacional, mas que teria sido desmerecido pelo Ministério Público. Ele argumentou que seu cliente não estava embriagado, afirmando que Evanio havia consumido apenas duas doses de vodca.

“O acidente precisa ser tratado como acidente, mas os promotores querem uma pena de 20 anos ou mais”, afirmou José Manoel, também conhecido como Dr. Jaraguá. Ele insistiu que Evanio Prestini não cometeu um crime, mas sim um acidente, enfatizando que não haveria motivo para Evanio querer matar alguém que ele sequer conhecia.

Em um momento emotivo, o advogado chorou ao falar sobre Deus, afirmando que "esse Deus que perdoa. Esse rapaz não cometeu um homicídio, cometeu um acidente”. Ele também criticou a utilização do vídeo do Pateta, um popular desenho animado, que foi utilizado pelo promotor do Ministério Público durante o julgamento.

José Manoel Soar descreveu a dinâmica do acidente, que ocorreu às seis horas da manhã em uma reta durante o verão. Ele questionou o que uma pessoa no carro das vítimas deveria ter feito ao ver um carro branco se aproximando. Para ele, a motorista deveria ter diminuído a velocidade e, caso o carro invadisse sua pista, deveria ter se desviado para a direita.

“A única alternativa que elas tinham para dizer é que ele veio na contramão, ela tira para a esquerda e ele volta para a pista dele e os dois carros batem na pista dele”, afirmou o advogado. Ele reforçou que a motorista deveria ter saído para a direita.

Após a fala de José Manoel, o advogado Roberto Brzezinski Neto assumiu a defesa, apresentando um vídeo do depoimento de um policial da Polícia Militar Rodoviária (PRF) gravado após o acidente. No vídeo, o policial relatava que o acidente ocorreu em uma reta grande e que ambos os veículos possivelmente estavam em baixa velocidade.

Roberto Brzezinski Neto criticou o Ministério Público por desistir de testemunhas importantes, preferindo usar um vídeo do Pateta. “Eu nunca tinha visto desistir de testemunhas: o motorista do ônibus, um policial e o casal que filmou o carro em zigue-zague”, contou.

Ele questionou a reação das vítimas no carro. “Deu tempo para falar dentro do carro, não foi de repente. Elas viram o carro vindo. Por que ela não jogou o carro para a esquerda?”, continuou Roberto, finalizando sua fala com um pedido por justiça.

A defesa de Evanio Prestini tenta convencer o tribunal de que o acidente foi inevitável e que as vítimas, infelizmente, foram “vítimas do próprio destino”. O julgamento do Caso Jaguar continua, com grande atenção da mídia e do público, aguardando o desfecho desta tragédia que marcou a comunidade de Santa Catarina.