Retorno histórico: Bugio-Ruivo retorna à Florianópolis após 260 anos

O bugio-ruivo, classificado entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo

Retorno histórico: Bugio-Ruivo retorna à Florianópolis após 260 anos

Divulgação / Daniel De Granville

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Uma notícia de grande relevância ecológica marca Florianópolis: a reintrodução do bugio-ruivo na Ilha de Santa Catarina, espécie que não era vista na região há 260 anos.

Na última terça-feira (9), o Parque Estadual do Rio Vermelho, localizado na Mata Atlântica do norte da ilha, recebeu três macacos desta espécie: Ruivo, Ranhento e Sem Cauda. Este evento simboliza um passo significativo para a restauração do equilíbrio natural e da biodiversidade local.

O projeto de reintegração, liderado pelo Instituto Espaço Silvestre em parceria com o Programa Silvestres SC e o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), visa a recuperação da população dessa espécie vulnerável. Desde 2019, o Instituto Espaço Silvestre vem trabalhando ativamente no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Santa Catarina (CETAS-SC), gerenciando a destinação dos bugios-ruivos.

A escolha de Florianópolis como local para a soltura desses animais não é aleatória. Quase metade do território da ilha consiste em unidades de conservação, criando um habitat ideal para os bugios. Estudos apontam que a ilha pode abrigar até 1452 indivíduos da espécie.

O bugio-ruivo, classificado entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo, desempenha um papel vital no ecossistema da Mata Atlântica. Através da dispersão de sementes, esses primatas auxiliam na regeneração das florestas e na manutenção de interações ecológicas fundamentais.

Para garantir o sucesso desse projeto de reintegração, a comunidade local está sendo incentivada a participar de atividades de educação ambiental e a auxiliar no monitoramento dos macacos reintroduzidos, tornando-se "cidadãos cientistas".

Ruivo, Ranhento e Sem Cauda, os pioneiros nesse processo de reintrodução, passaram por um extenso período de reabilitação, que durou mais de quatro anos e meio. Esse período incluiu exames clínicos, imunização contra febre amarela e treinamento em habilidades comportamentais cruciais para a sobrevivência na natureza. A fase final, de ambientação, foi fundamental para a adaptação dos bugios à vida selvagem, habituando-os aos sons, cheiros e alimentação natural da floresta.

Este marco histórico na conservação ambiental de Florianópolis representa uma conquista significativa para a biodiversidade da região, demonstrando o comprometimento das entidades envolvidas com a preservação da fauna nativa e a saúde dos ecossistemas locais.