O Partido dos Trabalhadores (PT) e demais grupos de esquerda convocaram um ato nacional em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em defesa da democracia, como uma resposta à recente manifestação liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, que atraiu centenas de milhares de pessoas para a Avenida Paulista. No entanto, a mobilização petista e de grupos afins conseguiu reunir apenas uma pequena parte do público esperado, ocupando apenas uma esquina com menos de 2 mil pessoas.

O evento, intitulado como "pró-democracia", ocorreu em frente à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no largo de São Francisco, e contou com a presença de figuras proeminentes do PT, incluindo os ex-presidentes José Dirceu e José Genoino. A escolha do local não foi aleatória, pois ali, em 11 de agosto de 2022, durante a campanha eleitoral, grupos de esquerda e parte da sociedade civil realizaram leituras de cartas em apoio à democracia.

Segundo contagem detalhada realizada pelo Poder360, o público presente variou entre 1.000 e 1.350 pessoas durante o horário de maior concentração, das 15h57 às 15h59. A estimativa foi feita com base em imagens de alta resolução captadas por um drone, permitindo uma análise precisa da presença dos participantes.

Apesar da modesta adesão em São Paulo, outras cidades do Brasil e até mesmo no exterior também sediaram manifestações semelhantes. No entanto, a resposta das bases petistas e de esquerda não alcançou a magnitude esperada, contrastando com o expressivo público que compareceu à manifestação de Bolsonaro na Avenida Paulista em 25 de fevereiro, estimado entre 300 mil e 350 mil pessoas.

A organização das manifestações de esquerda não forneceu estimativas de público antes do evento. Em Salvador, por exemplo, onde o PT está no comando do governo há 17 anos, a expectativa de participação era de cerca de 10.000 pessoas, porém apenas pouco mais de 1.000 compareceram ao encontro.

É importante ressaltar que a contagem do público presente foi realizada minuciosamente, considerando até mesmo a presença de pessoas sob guarda-chuvas devido às condições climáticas instáveis. Apesar das dificuldades de análise, o Poder360 chegou a uma estimativa confiável, demonstrando a transparência e rigor jornalístico na cobertura do evento.

As manifestações da esquerda abordaram diversas pautas, incluindo a lembrança dos 60 anos do golpe militar de 31 de março de 1964, a demanda por justiça nos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023 e o apelo pelo fim do "genocídio na Palestina". Organizadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com o apoio de entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), além dos partidos PT, PC do B e Psol, as manifestações ocorreram em 15 estados brasileiros, em Brasília, e em países como Espanha e Portugal. No entanto, o evento no Rio de Janeiro foi cancelado devido às condições climáticas adversas.