Jornalista chama deputada de criminosa por dizer que SC tem menos 'Bolsa Família' que o Maranhão

Maranhão tem ‘mais gente no Bolsa Família’ do que ‘pessoas com Carteira Assinada’

Jornalista chama deputada de criminosa por dizer que SC tem menos 'Bolsa Família' que o Maranhão

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Deputada de Santa Catarina é alvo de ataques nas redes sociais após dizer que o Maranhão tem ‘mais gente no Bolsa Família’ do que ‘pessoas com Carteira Assinada’.

Júlia Zanatta comparou o Maranhão com SC, destacando os dados que comprovam a situação oposta de SC em relação ao estado nordestino.

Atualmente, Santa Catarina tem muito mais pessoas trabalhando com carteira assinada do que dependentes do Bolsa Família.

O comentário de Júlia ocorreu na Câmara dos Deputados, quando a parlamentar saiu em defesa de um Projeto de Lei para que estados tenham autonomia para legislar, sem ficarem ‘reféns’ das decisões do Governo Federal.

Após a declaração, Júlia está sendo alvo de intensos ataques. Ao vivo na CNN, o comentarista e jornalista Felipe Pena chamou a catarinense de criminosa, xenofóbica e racista.

Deputada quer autonomia para SC decidir suas próprias leis

Já imaginou como seria se Santa Catarina pudesse decidir, por meio de seu povo e de seus próprios parlamentares, questões polêmicas como liberação das drogas, das armas ou mesmo o aumento de penas para criminosos em seu próprio território?

Os Estados Unidos, maior potência econômica e militar de todos os tempos, também recordista mundial em armamento de sua própria população, possui em seu bojo um vigoroso sistema político conhecido como república federativa.

Em tempos em que subcelebridades brasileiras passam vergonha internacional por não saberem cantar seu próprio hino nacional, muitos filhos da pátria educadora também desconhecem que o nosso país, pelo menos oficialmente, é uma república federativa.

Em uma movimentada sessão na Câmara Federal, a deputada Júlia Zanatta defendeu fervorosamente que o estado de Santa Catarina deveria ter a prerrogativa de estabelecer suas próprias leis, argumentando que isso desafiaria o centralismo de poder em Brasília.

Ponto Central do Debate

Durante o debate sobre um projeto de lei relacionado ao porte de armas, a parlamentar catarinense expressou sua visão de que cada estado deveria ter a liberdade de decidir suas próprias normas para posse e porte de armas de fogo, bem como para práticas esportivas e o controle de espécies exóticas invasoras.

"O povo em Santa Catarina quer defender sua vida, sua família e sua propriedade," afirmou Zanatta. "Se outros estados preferem não permitir, que tenham a liberdade de fazer essa escolha; mas em Santa Catarina, deveríamos poder decidir por nós mesmos."

Zanatta criticou a concentração de poderes em Brasília, descrevendo-a como prejudicial para a diversidade cultural e as necessidades variadas de um país continental como o Brasil. Ela apontou que tal centralização poderia favorecer políticas autoritárias, inclusive citando políticas de desarmamento como um meio de controle social.

"Todo governo autoritário começa com o desarmamento de seu povo," declarou a deputada, sugerindo que as políticas de desarmamento servem mais para o controle social do que para a segurança pública.

A deputada relembrou os tempos em que os delegados de polícia civil tinham autonomia para conceder porte de armas e argumentou que isso nunca causou problemas significativos na sociedade. Ela criticou figuras políticas de alto perfil que têm acesso facilitado a armas para sua própria segurança enquanto políticas restritivas são impostas ao cidadão comum.

Zanatta também fez uma conexão entre políticas de desarmamento e regimes autoritários, mencionando o livro Hitler e o Desarmamento para ilustrar como tais políticas podem ajudar a consolidar poderes autoritários e facilitar perseguições.

Proposta de Autonomia Estadual

A deputada propõe que, se sua sugestão for aceita, dentro de alguns anos seria possível avaliar os índices de criminalidade e segurança em cada estado para considerar se as decisões de autonomia foram efetivas. "Permitir que cada estado legisle poderia ser um experimento em descentralização. Se for bem-sucedido, não acredito que haverá desejo de reverter essa decisão," concluiu Zanatta, mostrando-se otimista quanto à possibilidade de mudança na legislação.

Essa proposta de autonomia legislativa em Santa Catarina ressalta um debate maior sobre o equilíbrio entre o poder federal e os direitos estaduais em uma nação diversa, um tema que continua a ser uma questão central na política brasileira.