Marina Silva quer ‘UTI climática’ em 1.942 cidades e cita ‘remoção de população’; SC tem 72 na lista

Projeto visa estabelecer uma série de medidas urgentes e contínuas para a prevenção de desastres naturais, que poderiam até incluir a realocação de populações de áreas extremamente vulneráveis

Marina Silva quer ‘UTI climática’ em 1.942 cidades e cita ‘remoção de população’; SC tem 72 na lista

Reprodução/ Jornal Razão

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Em recente entrevista à CNN Brasil, Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, revelou os novos planos do governo brasileiro para enfrentar o que chamou de ‘adversidades das mudanças climáticas’, que incluem a criação de uma 'UTI Climática' em 1.942 municípios, sendo 72 deles em Santa Catarina. O projeto visa estabelecer uma série de medidas urgentes e contínuas para a prevenção de desastres naturais, que poderiam até incluir a realocação de populações de áreas extremamente vulneráveis.

Marina Silva descreve o plano como uma "operação de guerra", necessária para lidar com os crescentes efeitos climáticos adversos. A iniciativa não é apenas uma resposta a eventos imediatos, mas uma estratégia de longo prazo que busca preparar o país de forma robusta e sustentável.

A Ministra também mencionou a importância da educação sobre o luto e o enfrentamento do negacionismo climático como componentes cruciais para o sucesso das políticas ambientais. Segundo ela, experiências internacionais ainda são escassas nesse tipo de abordagem, o que coloca o Brasil numa posição de aprendizado, mas também de liderança potencial na gestão de crises climáticas.

O futuro órgão federal, que ainda não tem nome definido, será responsável pela implementação, gerenciamento e fiscalização deste ambicioso plano. Marina fez questão de esclarecer que, embora a estrutura se assemelhe à proposta anterior de uma Autoridade Climática, o foco agora está totalmente voltado para a operacionalização e eficácia das medidas propostas.

A ministra evitou estabelecer um prazo específico para a apresentação do plano, indicando que as discussões estão em andamento de maneira colaborativa entre vários ministérios, incluindo o do Desenvolvimento Regional e o de Ciência e Tecnologia, além do próprio Ministério do Meio Ambiente.

Dentro do plano, um dos pontos mais notáveis é a possibilidade de decretar uma emergência permanente em municípios altamente suscetíveis a eventos climáticos extremos. Isso permitiria a realização contínua de obras de infraestrutura como drenagem, contenção de encostas e sistemas de alerta, com recursos orçamentários garantidos e, em casos excepcionais, benefícios fiscais.

Marina utiliza a recente tragédia no Rio Grande do Sul como um exemplo doloroso de aprendizado e um chamado ao Congresso para uma mudança permanente na análise de projetos que impactam o meio ambiente.