“Um pra você e um pro Lula”: comprar na Shein e AliExpress será até duas vezes mais caro

PT abre mão de taxar ricos e decide cobrar imposto altíssimo de quem fizer compras no AliExpress, Shopee e outras plataformas do exterior. A alíquota final deverá ficar em 34% para os consumidores.

“Um pra você e um pro Lula”: comprar na Shein e AliExpress será até duas vezes mais caro

Reprodução / Redes sociais

No WhatsApp do JR tem notícia toda hora! Clique aqui para acessar.

Governo Lula anuncia o fim da isenção de importação de encomendas de até US$ 50 feitas em sites de vendas como Shein e Shopee.

O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixando milhares de consumidores e pequenos empreendedores em uma situação financeira delicada.

A decisão, anunciada abruptamente na quarta-feira (9/8) pelo Ministério da Fazenda, pegou o país de surpresa, dando origem ao comentário irônico que agora se compra “um pra você e um pro Haddad”. A alíquota final para compras de até 50 dólares, que antes era isenta, passou a ser de 34%, praticamente dobrando o valor das compras feitas em sites de vendas internacionais.

A medida atinge em cheio o bolso dos consumidores, especialmente aqueles que dependem de sites como Aliexpress, Shein e Shopee para compras de produtos mais acessíveis. Ao acabar com a isenção, o governo Lula minou a confiança do consumidor e impactou negativamente pequenos empreendedores que se beneficiavam da regra anterior.

A decisão se insere no contexto dos recentes esforços do governo Lula para equilibrar as contas públicas após o aumento de gastos. Essa é uma medida que se soma a outras decisões polêmicas, como o bloqueio de recursos do Auxílio Gás, atingindo dois milhões de famílias, e cortes na Educação, afetando a educação básica, alfabetização de crianças, transporte escolar e bolsas de estudo.

As ações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, como o bloqueio de R$ 262 milhões do Auxílio Gás, representam um golpe na população de baixa renda, contradizendo promessas do PT de aliviar o peso dos impostos sobre os mais pobres e taxar os mais ricos.

O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu, afirmou que o partido decidiu não taxar os “super-ricos”, ignorando uma bandeira histórica da sigla. A atitude demonstra uma inflexão do partido, que parece estar em descompasso com as demandas por equidade no sistema tributário.

A resistência do presidente da Câmara, Arthur Lira, em relação à proposta de taxação dos super-ricos, e a observação de que isso poderia atrapalhar a Reforma Tributária, adicionam outra camada de tensão ao cenário político. O timing da decisão, bem como a promessa reciclada de taxar os ricos – uma ideia repetida por 34 anos e nunca concretizada – lança dúvidas sobre a sinceridade das intenções do governo. 

O fim da isenção de US$ 50 para compras do exterior não é uma mera mudança de política de importação. É uma decisão que revela as tensões e contradições no coração da administração Lula. Os consumidores mais pobres e pequenos empreendedores são os prejudicados imediatos, mas a questão vai além, expondo uma abordagem fiscal que parece inconsistente com as promessas históricas do PT.

Com um impacto direto e imediato no bolso dos consumidores e uma reverberação mais profunda nos princípios e práticas fiscais do governo, essa decisão alimenta um debate nacional mais amplo sobre justiça fiscal, responsabilidade e credibilidade governamental. A crítica vai além da medida em si e toca no coração de uma administração que parece estar em um dilema entre suas promessas históricas e as realidades fiscais do país.