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A mãe da garota que foi ferida com uma agulha potencialmente contaminada em Barra Velha enviou um vídeo desabafando sobre o ocorrido para o Jornal Razão. Nas imagens, ela expressa preocupação e urgência em obter identificação e respostas da equipe médica. “Não é fácil para mim. Minha filha estava boa em casa. E eu quero saber o nome da enfermeira. Eu tenho o direito de saber” diz a mãe.
Incidente ocorreu no mesmo município em que morreu recentemente uma criança de 4 anos, supostamente por negligência médica.
O caso foi registrado na noite da última quarta-feira (17), no Pronto Atendimento 24h da cidade. Silvana Auda, mãe da garota de 8 anos, conta tudo aconteceu enquanto acompanhava a menina em um exame de raio-x. De repente, ela foi alertada pela filha, que disse que a profissional da saúde, ainda sem identificação, passou ao seu lado e injetou uma agulha.
“Aí ela falou: ‘mãe, a moça colocou a agulha em mim, ela colocou a agulha aqui em mim’. Nisso eu peguei e puxei, puxei o braço, a roupinha dela e eu já vi que estava tudo respingadinho de sangue”, compartilhou.
Segundo informações, a alegação da enfermeira é que a atitude foi “sem querer”. Silvana conta que imediatamente questionou a segurança da agulha usada. “Como ela estava sem crachá não tive como descobrir o nome, mas ela apenas pegou um algodão com álcool, passou e disse: ‘não foi nada’. Questionei o fato da agulha já ter sido usada e ela insistiu que ‘não tinha sido nada’, mas que se eu quisesse poderia fazer o teste rápido”.
Pouco tempos depois outro profissional, dessa vez um homem, foi até Silvana e colheu o material da criança para o teste, instante em que todo o tormento começou tomar corpo. A reportagem foi informada por fontes de que a paciente em questão, na qual a profissional estaria fazendo a medicação quando acidentalmente atingiu a pequena M., estaria se tratando de Sífilis, uma doença sexualmente transmissível.
“Eu quero saber o resultado dos exames que fizeram na outra pessoa! Agora estão falando que foi um acidente, um acidente… Então foi um acidente: a enfermeira com duas agulhas na mão, perfurar o braço da minha filha?!”, questiona a mãe.
Vários testes rápidos foram realizados imediatamente após o ocorrido. A criança foi também submetida a um protocolo de acompanhamento que inclui tratamento por 28 dias e testes periódicos por até seis meses. A menina teve que tomar injeção também. A mãe conta que tentaram liberá-la sem que a mesma passasse pelo médico, para não haver registro do ocorrido no sistema.
“Após o resultado do teste, a mesma profissional que furou minha filha, tentou me dispensar e disse que eu poderia ir embora. Foi aí que o colega dela, que havia coletado o sangue, disse que não, que a M. tinha que ficar e como medida de prevenção deveria ser medicada”, lembrou Silvana.
Ela contou que depois veio até elas um médico e ‘como não era a área dele’, ele entrou em contato por telefone com outro profissional e posteriormente medicaram M. com Benzetacil.
Silvana relatou problemas subsequentes na administração de medicamentos, onde a mesma profissional e outra colega teriam errado ao tentar injetar a medicação, causando mais dor e medo à criança.
“A mesma profissional que furou minha filha com a agulha usada veio para aplicar a medicação, junto de uma colega. Elas erraram, furaram ela e o remédio não saía. Depois tiraram, trocaram a agulha e furaram o outro lado. Minha filha berrava de medo e dor. Foi horrível. Saí de lá com ela no colo, chorando. O que posso dizer é que estou com muito medo”, desabafou Silvana.
O atual secretário de saúde da cidade, Maurício Coimbra, afirmou que o protocolo adotado foi apropriado e que está investigando o ocorrido para assegurar que todos os envolvidos sejam ouvidos.
Em nota a assessoria de comunicação da prefeitura de Barra Velha informou que: “Houve um acidente envolvendo uma menor de idade e um material perfurante no Pronto Atendimento, na quarta-feira (17). A paciente foi atendida e submetida ao protocolo determinado pelo Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, sendo prestado todo o atendimento necessário a menor e a família”.
“Acidentes acontecem, fato, mas como fica a cabeça da minha filha nessa situação? Todos lá dentro me negaram inclusive passar o nome da profissional, ela deveria estar de crachá, ou não? Se não houve despreparo por que tanto medo, e por que ela errou na hora de medicar minha filha? E sobre a assistência que a prefeitura disse estar dando a família, até agora ninguém sequer ligou para saber como minha filha está ou para perguntar se estamos precisando de algo”, concluiu Silvana.
O caso também foi registrado na Polícia Civil e está sob investigação do Ministério Público para esclarecer a responsabilidade dos profissionais envolvidos e a possível negligência médica.
Confira o depoimento detalhado da mãe:
Com informações de Portal Dani Meller