Casal flagrado com bebê catarinense desaparecido é solto pela Justiça de SP

Eles foram presos em flagrante com o pequeno em um carro com placa adulterada

Casal flagrado com bebê catarinense desaparecido é solto pela Justiça de SP

Divulgação

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 A 6ª Câmara de Direito Criminal de São Paulo revogou a prisão de Roberta Porfírio e Marcelo Valverde Valezi, detidos em 8 de maio com um bebê de 2 anos que estava desaparecido em Santa Catarina. O julgamento, que ocorreu em 26 de maio, levou em consideração que Roberta não tem antecedentes criminais, tem residência fixa, ocupação lícita e não houve violência física ou grave ameaça durante o incidente. Marcelo, que dirigia o carro no momento da prisão, também foi beneficiado pela decisão.

Ambos agora estão sujeitos a várias medidas cautelares, que incluem a obrigação de comparecer mensalmente em juízo, a proibição de sair da comarca sem autorização, de mudar de endereço sem aviso prévio e de entrar em contato com a família do menino. Apesar da revogação da prisão, eles agora são réus em um processo de adoção ilegal, iniciado pelo Ministério Público em 30 de maio.

O menino, que estava desaparecido desde 30 de abril, foi encontrado com Porfírio e Valezi na capital paulista. Eles foram presos em flagrante sob a acusação de tráfico de pessoas, e o menino foi encaminhado para um abrigo em Santa Catarina. A prisão ocorreu após câmeras de segurança, fornecidas ao G1, flagrarem a placa do carro sendo supostamente adulterada em Santa Catarina após Roberta pegar o menino com a mãe dele.

De acordo com a investigação da Polícia Civil de Santa Catarina, a mãe da criança foi convencida por Marcelo a doar seu filho para Roberta e seu marido. Em 29 de abril, Roberta pegou o garoto em Santa Catarina e o levou para São Paulo. A Polícia Civil de São Paulo, entretanto, aponta indícios do crime de tráfico de pessoas, pois Roberta teria adulterado a placa do carro, trocando um "C" por um "Q".

Segundo a defesa de Roberta, não houve tráfico de pessoas nem o bebê estava desaparecido, pois a mãe entregou a criança voluntariamente com os documentos necessários. A advogada Fernanda Salvador alega que Marcelo apenas intermediou a conversa entre as partes e que a mãe, em situação de vulnerabilidade, havia entregado o menino voluntariamente para o casal de São Paulo.

Em meio a este cenário confuso e delicado, a investigação segue em curso pelas polícias de São Paulo e Santa Catarina, a fim de trazer luz aos eventos que levaram ao desaparecimento do menino. A mãe da criança, que afirmou não ter recebido dinheiro pela "doação", conheceu Marcelo em um grupo de mães de primeira viagem nas redes sociais há cerca de dois anos. Ela reportou o desaparecimento da criança à polícia após o alerta da avó e dos tios maternos.

A situação ainda está longe de ser esclarecida, e os próximos capítulos deste caso continuarão a ser acompanhados de perto pelas autoridades e por todos aqueles que aguardam ansiosamente por justiça e clareza.