Desembargador investigado por situação análoga à escravidão diz que vai 'adotar' mulher

Ele comunicou neste domingo (11) que planeja entrar com um pedido judicial para o reconhecimento da filiação afetiva da mulher

Desembargador  investigado por situação análoga à escravidão diz que vai 'adotar' mulher

Divulgação

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O desembargador catarinense Jorge Luiz Borba, investigado por manter uma mulher surda em condições análogas à escravidão, comunicou nesse domingo (11) que planeja entrar com um pedido judicial para o reconhecimento da filiação afetiva da mulher.

A ação surge após Borba e sua esposa, Ana Cristina, terem sido alvo de uma operação investigativa relacionada a supostas condições degradantes de trabalho forçado.

Segundo informações, a operação ocorreu em Florianópolis no dia 6 de junho e baseia-se em relatos de "trabalho forçado, jornadas exaustivas e condições degradantes". Em resposta às acusações, Borba anunciou a intenção de "regularizar a situação familiar, de fato há muito já existente". Ele afirmou ainda que pretende garantir todos os direitos hereditários para a mulher em questão.

A nota oficial foi também assinada pela esposa do desembargador e pelos quatro filhos do casal. Segundo as investigações, o casal manteve a mulher na casa por pelo menos 20 anos, onde ela realizava diversas tarefas domésticas sem registro em carteira de trabalho, sem salário ou benefícios trabalhistas.

O Ministério Público Federal em Santa Catarina (MPF) relata que a mulher possui deficiência auditiva, nunca teve acesso a instrução formal e não possui convívio social adequado.

Diante das acusações, o desembargador e sua esposa se manifestaram publicamente, afirmando que jamais praticaram condutas deletérias contra a mulher, a quem consideram membro da família. O casal anunciou ainda que pretende colaborar com todas as instâncias administrativas e judiciais para que as investigações avancem rapidamente, permitindo a retomada da convivência familiar.