Donos de berçário são acusados de esfregar fezes no rosto de crianças e forçar criança autista a comer areia

Eles foram indiciados por tortura, castigo, ameaça, maus-tratos e omissão perante à tortura

Donos de berçário são acusados de esfregar fezes no rosto de crianças e forçar criança autista a comer areia

Arquivo/ imagem ilustrativa

No WhatsApp do JR tem notícia toda hora! Clique aqui para acessar.

Um casal de proprietários de um hotel e berçário infantil, identificado como M.D.C.D.O.L. e A.L., de 44 anos, foi indiciado por tortura, castigo, ameaça, maus-tratos e omissão perante à tortura. A Polícia Civil apurou que os acusados esfregaram calcinha e fralda sujas de fezes no rosto das vítimas e obrigaram uma criança autista a comer areia. O inquérito foi concluído pelo Núcleo de Atendimento à Mulher, Criança e Idoso da Delegacia de Sorriso e encaminhado ao Poder Judiciário. Ambos seguem presos preventivamente.

A investigação apontou denúncias de maus-tratos, tortura e omissão cometidos pelo casal contra oito crianças de 0 a 5 anos, atendidas pelo berçário e hotel infantil. O local cobrava até R$948,00 por criança. De acordo com a delegada Jéssica Assis, os proprietários torturavam as crianças há anos, acreditando na impunidade.

Nove ex-funcionárias do estabelecimento corroboraram as denúncias e relataram ameaças feitas pelos donos. A delegada Jéssica Assis explicou que as violações eram sistêmicas, contínuas e extremamente graves, colocando em risco a vida de inúmeras crianças por pelo menos quatro anos.

As agressões incluíam tapas, mordidas, puxões, golpes com raquetes, empurrões e beliscões. Além disso, as crianças eram trancadas em um corredor escuro como forma de castigo. O casal está preso em unidades prisionais da região Norte do estado.

Dois episódios de tortura chamaram a atenção: esfregar calcinha e fralda sujas de fezes no rosto das vítimas e obrigar uma criança autista a comer areia. Outros relatos incluem sufocamentos, mordidas, tapas e puxões de orelha.

As investigações devem continuar, já que diversas mães entraram em contato com a delegacia manifestando interesse em serem ouvidas. A delegada Jéssica Assis acrescentou que a maioria das pessoas foi ouvida após a prisão do casal, o que se mostrou necessário diante da intimidação feita pelos investigados.