Estudante da UFSC inventou “ameaças nazistas” e fez pichações com suásticas

Por Redação

Publicado em 13/12/2023 10h24 | Atualizado há 144 dias

 Na manhã de quarta-feira (13), a Polícia Civil de Santa Catarina, em operação na casa de um estudante de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), descobriu uma “fábrica” de atestados médicos falsos. O suspeito, investigado por pichações antissemitas e nazistas no Centro de Ciências da Saúde da UFSC, foi encontrado em posse de atestados subtraídos e carimbos de médicos de diversas especialidades.

O caso, investigado pela Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC), revelou que as pichações eram uma distração do esquema de falsificação. O estudante, que está na nona fase do curso e é descendente de judeus, admitiu à polícia ter fabricado as ameaças nazistas para encobrir suas atividades ilícitas.

Esta descoberta ocorre em um contexto de crescente inquietação na UFSC, onde alunos, professores e funcionários têm discutido a ameaça a minorias, incluindo judeus, negros, mulheres e LGBTs, especialmente após a prisão de três estudantes suspeitos de integrar uma célula nazista. Manifestações neonazistas, incluindo pichações e mensagens, foram encontradas em três centros da universidade, gerando temor e revolta na comunidade acadêmica.

A situação se agravou com a descoberta de uma cadeira escolar com símbolos nazistas e mensagens políticas no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), fato reportado à polícia pela reitoria da UFSC. A Secretaria de Segurança Institucional (SSI) está engajada na busca por imagens que ajudem a identificar os responsáveis por essas manifestações.

Os alunos da UFSC expressaram forte repúdio às ações neonazistas. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) e o Centro Acadêmico Livre de Letras (CALL) entregaram uma carta ao reitor e à vice-reitora, solicitando medidas contra os autores dos crimes. Como resposta aos ataques, cartazes e faixas com mensagens antifascistas foram espalhados pelo campus.

O delegado Arthur Lopes, que lidera a investigação, afirmou que, diante dos novos desdobramentos, a investigação agora se volta para o esquema de falsificação de atestados médicos, um caso que se entrelaça com os recentes eventos de intolerância na universidade.

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