Reprodução
No WhatsApp do JR tem notícia toda hora! Clique aqui para acessar.
O empresário Evanio Prestini, responsável por um acidente fatal na BR-470 em fevereiro de 2019, foi condenado a oito anos, seis meses e 20 dias de prisão pelo Tribunal do Júri de Gaspar. O julgamento, que se estendeu por 16 horas, terminou na madrugada desta quinta-feira (20). Prestini foi considerado culpado pela morte de Suelen Hedler da Silveira e Amanda Grabner Zimmermann, além de ferir outras três jovens.
Na manhã de 23 de fevereiro de 2019, Evanio conduzia seu Jaguar F-Pace quando colidiu frontalmente com um Fiat Palio. Suelen Hedler da Silveira e Amanda Grabner Zimmermann, que estavam no Palio, não resistiram aos ferimentos. Maria Eduarda Kraemer, outra passageira, sofreu múltiplas fraturas e ainda convive com as sequelas. Imagens de segurança mostraram o Jaguar trafegando em zigue-zague na rodovia, evidenciando o estado de embriaguez de Prestini, confirmado pelo teste do bafômetro.
Durante o julgamento, que começou na quarta-feira (19) e se estendeu até a madrugada do dia seguinte, foram ouvidas testemunhas e apresentados argumentos das partes envolvidas. A defesa de Evanio tentou argumentar que a culpa do acidente seria da motorista do Palio, mas o júri acatou a tese do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) de dolo eventual, reconhecendo que Prestini assumiu o risco de causar o acidente ao dirigir embriagado.
Apesar da condenação, Evanio Prestini não voltou à cadeia. Ele deixou o Fórum de Gaspar pela porta da frente, acompanhado por seus advogados e familiares. Conforme o Código de Processo Penal, penas inferiores a 15 anos permitem que o réu recorra em liberdade. Além disso, as medidas cautelares que foram impostas a Prestini desde julho de 2019, quando ele foi solto após cinco meses preso, serão descontadas da pena, possibilitando uma futura mudança para um regime semiaberto ou aberto.
A defesa de Prestini, representada pelo advogado Jose Manoel Soar, afirmou que não pretende recorrer da decisão: "Estamos conformados com a situação e a pena foi proporcional ao crime". O promotor Ricardo Paladino, do MPSC, explicou que, segundo decisões reiteradas dos tribunais superiores, se o réu respondeu ao processo em liberdade e cumpriu as condições impostas pelo juiz, ele tem o direito de recorrer em liberdade.
Familiares das vítimas, que acompanharam o julgamento desde o início, saíram do tribunal em silêncio, visivelmente abalados. Thayná Carolina Cirico, uma das sobreviventes do acidente, não conteve as lágrimas ao ouvir a sentença.
Desde o acidente, a defesa de Evanio Prestini entrou com diversos recursos para evitar o julgamento. Após ser preso em flagrante e ter a prisão convertida para preventiva, Prestini foi solto em julho de 2019 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em agosto do ano passado, o STJ manteve a decisão de levá-lo a júri popular, rejeitando o argumento da defesa de que o julgamento seria "desproporcional".