Um homem que se passava por herdeiro de uma multinacional bilionária foi condenado a um ano e quatro meses de prisão por estelionato em Florianópolis. Ele aplicou golpes em pelo menos sete pessoas e tentou recorrer da sentença em segunda instância, sem sucesso. A pena deverá ser cumprida em regime semiaberto, o que significa que ele poderá trabalhar ou estudar fora da prisão durante o dia, mas terá que retornar à noite.

As investigações revelaram que, em 2018, o golpista fingia ser filho do acionista majoritário de uma empresa de tecnologia especializada em elevadores. Ele convencia conhecidos de que precisava contratar pessoas para a multinacional de seu suposto pai e cobrava valores durante o "processo seletivo", como R$ 350 para atualização e confecção de passaportes e R$ 600 para a compra de um aparelho de tradução instantânea.

O homem prometia que os contratados participariam de cursos de capacitação profissional na China e na Alemanha. A empresa em questão está presente em 56 países, conta com mais de 100 mil colaboradores e, no ano fiscal de 2020, registrou vendas de 34 milhões de euros.

As vítimas só descobriram a farsa após encontrar na internet uma reportagem sobre o processo movido contra o acusado. Algumas desconfiaram da proposta por causa de e-mails em inglês e mandarim com textos incoerentes. Uma mulher chegou a pedir demissão de seu emprego, acreditando ter recebido uma grande oportunidade.

A noiva do golpista, que inicialmente foi investigada por envolvimento nos crimes, conheceu o homem pelo falso nome e o ajudou a aplicar o golpe sem plena consciência de suas intenções. Ela indicava amigos e conhecidos para o falso emprego, acreditando nas histórias do noivo, que se apresentava como rico e bem-sucedido, cuidando dos negócios da família no Brasil.