Polícia analisa depoimento do responsável pelo ataque à creche em Blumenau

Suspeito alega ameaças, mas investigação aponta para ação individual

Polícia analisa depoimento do responsável pelo ataque à creche em Blumenau

Reprodução

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A Polícia Civil continua investigando o massacre ocorrido na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, onde quatro crianças perderam a vida e outras quatro foram internadas no hospital após serem atacadas por um homem que invadiu o estabelecimento infantil no bairro Velha.

Na quarta-feira (5), o responsável pelo ataque prestou depoimento e alegou ter sido coagido a cometer o crime. No entanto, as autoridades acreditam que ele agiu por conta própria. "Ele reiterou as afirmações feitas logo após a prisão, dizendo que estava sendo ameaçado e que cometeu o crime para fazer cessar essas ameaças. Porém, devido à gravidade e à maneira como ocorreu, essa versão não é plausível. Até onde sabemos, ele agiu sozinho e de forma premeditada", esclareceu o delegado Rodrigo Raitez, responsável pela investigação.

Ao longo do interrogatório, o criminoso declarou não ter consumido drogas nem bebidas alcoólicas antes de cometer o ato. A polícia já realizou o exame toxicológico para verificar essa afirmação.

Conforme relatou Raitez, o assassino confessou que já havia cogitado realizar tal ato em outras ocasiões, mas teria faltado coragem.

Ele responderá por quatro homicídios triplamente qualificados e quatro tentativas de homicídio triplamente qualificadas. As autoridades seguem investigando o caso e o homem permanece detido.

Polícia diz que assassino de creche poderia estar em surto psicótico

O delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, informou que há indícios de que o homem seja um psicopata e que, durante o surto, acreditava estar seguindo ordens de vozes em sua cabeça. A polícia descartou a possibilidade de desafios de jogos ou envolvimento de terceiros no crime.

Caso o homem seja diagnosticado como psicopata por profissionais da área de saúde mental, isso pode ter implicações legais e no tratamento que ele receberá.

Vale ressaltar que o termo "psicopata" não é um diagnóstico médico oficial, sendo frequentemente usado como sinônimo de Transtorno da Personalidade Antissocial (TPA).

Se um diagnóstico de TPA ou outra condição de saúde mental for confirmado, a defesa pode solicitar a avaliação da imputabilidade do suspeito no momento do crime, isto é, se ele tinha capacidade de discernir a natureza ilícita de suas ações e de se autodeterminar de acordo com essa compreensão.