Polícia tenta identificar envolvidos em 'farra do boi', em Itapema

Flagra perigoso foi feito na noite desta segunda-feira (3)

Polícia tenta identificar envolvidos em 'farra do boi', em Itapema

INTERNAUTAS/ JORNAL RAZÃO

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Um flagra perigoso foi feito na noite desta segunda-feira (3), em Itapema. No bairro Sertão Trombudo, um bovino transtornado fugiu de um caminhão enquanto um grupo estava se reunindo para realizar a "farra do boi", prática esta proibida por lei. 

O animal foi perseguido por homens que estavam participando da "farra" e não se sabe se o mesmo chegou a ser ferido. As autoridades foram acionadas, contudo, como a CIDASC (responsável por recolher os animais envolvidos na prática criminosa) não tem plantão, o bovino ficou em um pasto próximo ao local. 

Não há informações sobre detidos, ou multas aplicadas. Agora, as autoridades tentam identificar os envolvidos na prática. O Jornal Razão entrou em contato com a prefeitura, para saber o destino que será dado ao animal. 

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A multa para quem pratica a "farra do boi" em território catarinense está prevista na Lei nº 17.902 e pode chegar a R$10 mil para promotores e divulgadores, além de R$1 mil para cada um dos demais participantes identificados. O descumprimento da lei também gera penalidades previstas nas legislações federais.

Em 2022, apenas uma ocorrência de maus-tratos a animais foi registrada até o momento, o menor índice dos últimos anos. Em 2021, foram registradas seis ocorrências e, em 2020, 15.

O QUE É 'FARRA DO BOI'?

Farra do boi é uma prática que consiste em perseguir, espancar e mutilar um boi, geralmente em locais públicos, como ruas e praças. No ritual, o boi é visto como o representante de Judas, o traidor de Cristo, e a simbologia religiosa faz com que os farristas tenham carta branca e atuem sem culpa contra o animal.

A tradição criada por portugueses se iniciou na Ilha de Açores (Portugal) e foi trazida ao Brasil há duzentos anos, ganhando popularidade entre os cristãos. Os portugueses colonizaram a cidade de Governador Celso Ramos, região de Santa Catarina, e o evento com bases religiosas faz alusão a “malhar o Judas”. No início, se chamava Boi de Corda ou Boi de Laço, e mais tarde veio a ser denominada Farra do Boi, numa forma de abrasileirar a cultura. Atualmente, se percebe que as fundamentações religiosas do ritual se perderam pelo tempo e apenas a “festa” com intuito de entreter é o principal motivo para que continue acontecendo. Embora o ato tenha uma origem de cunho cultural, a prática é proibida por lei desde 1997.

A prática ainda é encontrada em algumas regiões do país, apesar das campanhas de conscientização e das punições previstas em lei.

COMO DENUNCIAR?

Existem várias formas de comunicar às autoridades sobre a prática ilegal em Santa Catarina. Os moradores podem acionar o 190, ou denunciar através do aplicativo PMSC Cidadão. A Polícia Militar também conta com telefones de cada unidade a corporação, além do CIDASC, pelo número: 0800-644-8500.

Além disso, quem é participante da rede de vizinhos, também consegue conversar com o policial que trabalha no despacho de ocorrências da PM. Também é válido tentar contactar a GOR, que prontamente entrará em contato com o CIDASC.