Acusado de golpe bilionário com imóveis em SC morre de forma misteriosa; vítimas não acreditam

Cerca de 2.400 pessoas, incluindo empresários de diversos estados, investiram na promessa de rendimentos mensais de 3% ao mês

Acusado de golpe bilionário com imóveis em SC morre de forma misteriosa; vítimas não acreditam

Divulgação

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O proprietário da empresa VR Investimento Patrimonial, Márcio Ramos, acusado de aplicar um golpe que ultrapassa R$ 1 bilhão em investimentos imobiliários, morreu de forma misteriosa, gerando desconfiança entre as vítimas. Cerca de 2.400 pessoas, incluindo empresários de diversos estados, investiram na promessa de rendimentos mensais de 3% ao mês, que agora parece ter sido uma fraude.

A VR, comandada por Márcio Ramos, começou a captar recursos de investidores alegando que o dinheiro seria usado para a aquisição de apartamentos na região. A promessa de retornos elevados atraiu muitos clientes, que foram convencidos pela boa aparência e postura séria do empresário. Os investidores aplicaram quantias significativas, desde R$ 10 mil até valores próximos a R$ 1 milhão.

A Morte Misteriosa

A morte repentina de Márcio Ramos, ocorrida em um acidente de moto, levantou ainda mais suspeitas. Relatos indicam que ele teria batido em uma parede por volta das 10h30 da manhã, e, surpreendentemente, sua família informou que ele já havia sido cremado às 16h do mesmo dia. Essa rapidez no processo deixou muitas vítimas desconfiadas, questionando a veracidade dos eventos.

Reações das Vítimas

Entre as vítimas, o empresário Inácio Pereira de Lima, de São Paulo, expressou sua frustração. "Foi um golpe isso que aconteceu conosco. A empresa tinha características de pirâmide financeira, onde os primeiros investidores receberam rendimentos maiores, enquanto os mais novos ficaram sem nada", afirmou.

Investigação e Processo Judicial

O advogado Dr. Célio Nery, de Itapema, representa um grupo de vítimas e explica que a VR oferecia aos cotistas a opção de sacar os rendimentos mensalmente. Contudo, no início de 2024, os pagamentos cessaram, e os investidores não conseguiram mais acessar seus valores. "Muitas pessoas investiram suas economias de uma vida inteira e agora estão desesperadas", disse o advogado.

O Ministério Público de Santa Catarina acompanha o caso, e a Polícia Civil investiga suspeitas de transferências fraudulentas de imóveis. Há relatos de que diversos imóveis adquiridos pela VR foram transferidos para terceiros de forma suspeita.

Recuperação Judicial

O advogado Ângelo Coelho, especialista em recuperação judicial, informou que a VR possui dois empreendimentos que serão usados para quitar as dívidas com os credores. Um dos empreendimentos está localizado em Bombinhas, com 70% das obras concluídas, e o outro é um hotel em construção em Santo Amaro da Imperatriz. Juntos, esses projetos têm um Valor Geral de Venda (VGV) estimado em R$ 900 milhões.

"A Lei de Recuperação Judicial protege esses empreendimentos e beneficia os credores. Os projetos têm potencial para quitar os valores devidos", explicou Coelho.

Investigações em Andamento

A Polícia Civil informou que todos os Boletins de Ocorrência registrados contra a VR foram encaminhados ao Departamento Estadual de Investigação Criminal (DEIC), que agora está à frente das investigações. As vítimas ainda esperam por respostas e reparações, enquanto o mistério em torno da morte de Márcio Ramos continua a gerar dúvidas e especulações.


ERRATA: A foto da matéria anteriormente era a do ADVOGADO que representa as vítimas. Mudamos para a foto do CEO da empresa, que faleceu em meio às acusações de golpe.