Em um discurso polêmico realizado durante um comício em Camaçari (BA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo”, buscando aproximar-se do eleitorado evangélico. Segundo o presidente, Jesus foi um defensor dos pobres e oprimidos, e foi por isso que os ricos da época decidiram crucificá-lo. A declaração gerou reações diversas, principalmente entre setores conservadores que consideraram o uso da imagem de Cristo em um contexto político como algo controverso.
O evento marcou a segunda viagem de Lula para apoiar candidatos aliados que disputam o segundo turno das eleições municipais. Em Camaçari, o petista reforçou seu apoio à chapa composta por Caetano (PT) e Pastora Déa (PSB), destacando a importância da união entre partidos de esquerda, especialmente ao ver “uma mulher negra, uma pastora” como vice na aliança.
Na semana anterior, Lula também esteve em Natal (RN) para apoiar a candidata Natália Bonavides (PT) e em Fortaleza (CE), onde participou de atos institucionais e políticos, buscando fortalecer a campanha de Evandro Leitão (PT) contra o candidato André Fernandes (PL).
Além dos acenos políticos, Lula tem intensificado sua aproximação com o público evangélico. Recentemente, ele recebeu uma bênção no Palácio do Planalto ao sancionar o Dia Nacional da Música Gospel. Durante o encontro com evangélicos, Lula foi cercado por cantorias religiosas, com deputados e pastores exaltando sua figura como uma “bênção para o povo de Deus”. Entre os hinos entoados estavam “Alvo mais que a neve”, da Harpa Cristã, e “Nada além do sangue”, do cantor gospel Fernandinho.
A estratégia de Lula, ao tentar consolidar o apoio evangélico, ocorre em um momento em que o segundo turno se aproxima, com disputas acirradas em várias cidades, incluindo Camaçari, onde o candidato do PT teve apenas 559 votos de vantagem sobre seu adversário do União Brasil, Flávio. O desfecho dessa corrida eleitoral será decidido no próximo dia 27 de outubro.
