Após desejar a morte de deputada, extremista diz ser vítima: “tentei me matar”

Autora de comentários de ódio contra a Deputada Ana Campagnolo, mulher trans se diz vítima de preconceito e alega ter tentado suicídio

Após desejar a morte de deputada, extremista diz ser vítima: “tentei me matar”

Reprodução / Redes sociais

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Um comentário infeliz e criminoso em uma postagem no Instagram feita pela deputada estadual Ana Campagnolo (PL) gerou uma polêmica que acabou envolvendo uma ativista de esquerda e estagiária da prefeitura de Balneário Camboriú, Maria Victória Martins. Após desejar a morte da deputada em um comentário, Maria Victória tentou inverter a história e se disse vítima de exposição criminosa e ameaças de morte.

O episódio começou após a deputada relatar em suas redes sociais um acidente de trânsito que sofreu junto com três assessores em Imbituba, no sul de Santa Catarina, na tarde da última quarta-feira (26). O veículo em que estavam foi prensado por um caminhão contra o guard rail na BR-101, mas felizmente ninguém se feriu.

No entanto, a postagem da deputada acabou gerando uma série de comentários infelizes e criminosos de "haters" que desejaram a morte da parlamentar. Em meio a esses comentários, estava o de Maria Victória Martins, uma estagiária da prefeitura de Balneário Camboriú que atuava na Secretaria de Inclusão Social.

Maria Victória comentou na postagem da deputada com a frase: "poxa que pena que sobreviveu". Após a deputada compartilhar o comentário de Maria em suas redes sociais e expor a estagiária, a ativista passou a receber ameaças de morte e de linchamento.

Em uma entrevista ao jornal Diarinho, Maria Victória tentou inverter a história e se disse vítima de exposição criminosa e ameaças de morte. Antes, ela alegou que sua conta no Instagram teria sido invadida e que não foi ela quem fez o comentário na postagem da deputada.

Todavia, ao Diarinho, a estagiária assumiu o erro, mas garantiu que não desejava a morte da deputada. Segundo ela, o comentário foi apenas "uma piada de mau gosto". No entanto, Maria Victória acredita que sua condição de mulher trans foi usada como pretexto para a exposição “criminosa e polêmica”. 

"Ela usou isso como pretexto pra fazer toda essa polêmica. Eu era uma estagiária, mas eu não cheirava e nem fedia ali dentro. Fiz o comentário fora do horário de trabalho, excluí e pedi desculpas. Mesmo assim, ela usou tudo contra mim e contra pessoas trans pra dizer que somos pessoas ruins. Não tenho pai e mãe que me apoiam e agora tô sendo ameaçada de morte e de linchamento por conta de uma exposição criminosa com a minha imagem. Eu não acho certo", desabafou ao Diarinho. 

A Secretaria de Inclusão Social de Balneário Camboriú informou que a estagiária não faz mais parte do quadro de colaboradores do CRAS Nações. A secretária Christina Barrichello afirmou que a instituição prega a inclusão social e não pode admitir esse tipo de comportamento de seus colaboradores, independentemente da vítima ser uma deputada ou qualquer outra pessoa.

Entretanto, Maria Victória questiona se a sua exposição foi justa e se sua vida vale menos do que a da deputada. Ela também reclama que não recebeu um pedido de perdão por parte da parlamentar.