O senador Jorge Seif (PL-SC) fez um discurso inflamado no plenário do Senado, nesta terça-feira (4), em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho Carlos Bolsonaro, pré-candidato ao Senado por Santa Catarina. Em tom de indignação, Seif acusou parte do Partido Liberal catarinense de “ingratidão” e “traição” ao líder que, segundo ele, “transformou anônimos em autoridades públicas”.
“Gratidão, lealdade e memória”
“Quero falar de gratidão, lealdade e memória”, iniciou o senador, afirmando que não trataria de política, mas de princípios. Ele relembrou o período de 2018, quando “ilustres desconhecidos procuraram a família Bolsonaro para tirar fotos, pedir vídeos e apoio para se eleger”.
Seif citou nomes de políticos que, segundo ele, ascenderam graças a Jair Bolsonaro: “Carlos Moisés, Tarcísio de Freitas, Júlia Zanatta, Zé Trovão, Daniel Freitas, Caroline de Toni e o governador Jorginho Mello”.
“Todo mundo queria abraçar o velho Bolsonaro, queria o prestígio do velho Bolsonaro, queria a transferência de votos do velho Bolsonaro”, afirmou Seif, recebendo aplausos no plenário.
“Sou senador graças a Jair Bolsonaro”
Em seguida, o senador recordou a própria trajetória. “Eu era um peixeiro de Itajaí”, disse, explicando que trabalhava em barcos, fábricas de gelo e oficinas navais até ser convidado por Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Pesca. “Bolsonaro me fez ministro e confiou em mim. Eu serei leal a ele até o fim”, garantiu.
“Carlos é o pedido do presidente”
Seif afirmou que a candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado é um pedido direto do ex-presidente. “Bolsonaro entende que Santa Catarina é o maior estado conservador da República. Ele me pediu, pediu ao governador Jorginho Mello e ao povo catarinense: acolham o meu filho Carlos”, declarou.
“O presidente me disse: eu confio em Santa Catarina. Eu sei que o estado não vai abandonar o Carlos”, completou Seif, exaltando o papel do estado no bolsonarismo.
“Ingratidão e traição”
O senador elevou o tom ao criticar colegas do PL que, segundo ele, se rebelaram contra Jair Bolsonaro. “A imprensa quer destruir o Carlos Bolsonaro, mas o que querem destruir é Jair Bolsonaro”, afirmou. O alvo indireto foi o grupo da deputada Ana Campagnolo, que tem se posicionado contra a candidatura de Carlos. “Uma deputada estadual que era professora até ontem agora se acha líder da direita catarinense e fala mal do filho do presidente. É ingratidão, é traição. Sai do PL e funda teu partido!”, disparou.
Seif defendeu que “não existe político catarinense, carioca ou paulista, existe brasileiro”, e ironizou o bairrismo. “Tarcísio nasceu no Rio, Marina Silva em São Paulo, e eu sou catarinense adotado. O que importa é o caráter, não o CEP.”
“Meu líder é Jair Bolsonaro. Ponto final.”
Encerrando o discurso, Seif reforçou sua lealdade ao ex-presidente. “Não foi pedido de Carlos Bolsonaro, foi missão do general Jair Bolsonaro”, disse, comparando a política a uma hierarquia militar. Em tom firme, completou: “Quem não for leal, que apague as fotos com Bolsonaro nas redes sociais. O povo não perdoa ingratidão. O PL não seria nada sem Jair Bolsonaro, e eu não seria nada sem Jair Bolsonaro.”
“Cambada de traidor, de oportunista, de covarde. Eu não me empresto a esse papel”, encerrou, sob aplausos de aliados.
O senador finalizou declarando apoio a “Carlos Bolsonaro”, “Caroline de Toni” e “Esperidião Amin”, e reafirmou: “O meu líder é Jair Bolsonaro. Ponto final”.