PF prende ex-assessores de Bolsonaro em operação que mira Valdemar, Heleno e Braga Netto

A ação investiga alegações de uma tentativa de golpe de estado com o objetivo de manter Bolsonaro no poder, marcando um momento de intensa tensão na política nacional

PF prende ex-assessores de Bolsonaro em operação que mira Valdemar, Heleno e Braga Netto

Divulgação/ Jornal Razão

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Em uma ação sem precedentes, a Polícia Federal desencadeou na manhã desta quinta-feira (8), uma operação de grande envergadura intitulada “Tempus Veritatis”, mirando figuras proeminentes do cenário político brasileiro ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação investiga alegações de uma tentativa de golpe de estado com o objetivo de manter Bolsonaro no poder, marcando um momento de intensa tensão na política nacional.

Dentre os visados pela operação estão ex-assessores de Bolsonaro e militares de alta patente, incluindo o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens e atual segurança do ex-presidente, e ex-ministros como General Augusto Heleno, Braga Netto e Anderson Torres. Os mandados de busca e apreensão e as prisões preventivas executadas abrangem um espectro amplo de figuras associadas ao ex-presidente, totalizando quatro mandados de prisão preventiva e trinta de busca e apreensão distribuídos por dez estados e o Distrito Federal.

A operação “Tempus Veritatis” acusa o grupo investigado de dividir-se em núcleos para promover a ideia de fraude nas eleições presidenciais de 2022, numa tentativa de justificar e viabilizar uma intervenção militar. Este esforço se caracterizou pela “disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação”, segundo a Polícia Federal, um discurso que vem sendo reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após a conclusão do segundo turno das eleições.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, além de outras figuras chave como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Braga Netto, Anderson Torres, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, também figura entre os alvos desta operação. A Polícia Federal realizou a apreensão do passaporte de Bolsonaro, impondo a ele e aos demais investigados uma série de medidas restritivas, como a proibição de deixar o país e a suspensão do exercício de funções públicas.

Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dentro do inquérito das milícias digitais, a operação representa um marco significativo na investigação das ações e influências políticas no período pós-eleitoral. As alegações de tentativa de golpe de estado colocam em cheque a estabilidade do sistema democrático brasileiro, acendendo debates acerca da liberdade, da justiça e da ordem política no país.