SC tem apenas um leito para cada 82 mil habitantes: “saúde na UTI”

Famílias também enfrentam filas intermináveis para atendimento em hospitais de SC

SC tem apenas um leito para cada 82 mil habitantes: “saúde na UTI”

Imagem ilustrativa / Reprodução

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O Estado registra uma melhora em seu cenário de saúde pública, mas a situação permanece alarmante. Para cada 82.558 habitantes, apenas um leito de UTI está disponível, segundo dados da Secretaria do Estado da Saúde. Estas cifras incluem unidades de terapia intensiva para pediátricos, neonatais e adultos. No total, o Estado possui 86 UTIs disponíveis para atender a uma população de 7,1 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em condições normais, o Estado dispõe de 843 leitos de UTI para adultos em todas as suas regiões, oferecendo um leito para cada 6.405 pessoas. No entanto, nesta segunda-feira, 785 destes leitos encontravam-se ocupados, resultando em uma proporção de um leito para cada 112.500 adultos doentes.

A situação é igualmente preocupante nas unidades pediátricas e neonatais. Com 381 leitos disponíveis em condições normais, apenas um leito atenderia a cada 4,4 mil recém-nascidos e crianças. Contudo, 343 destas unidades estão atualmente indisponíveis, fazendo com que a proporção se altere para uma unidade para cada 44,7 mil bebês e crianças.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere uma relação ideal de um a três leitos de UTI para cada 10 mil habitantes, dependendo do tamanho da população. Por mais que Santa Catarina esteja em um patamar mais confortável comparado às últimas semanas, ainda está longe do recomendado para o público geral.

O Estado já chegou a registrar um leito de UTI adulto disponível para cada 1,3 milhão de pessoas em 30 de maio. A situação foi ainda mais grave na área pediátrica, com ocupação de 100%.

Em resposta à crise, o governo de Santa Catarina inaugurou 120 novos leitos, em sua maioria na região do Vale do Itajaí, onde a situação era mais grave. Um edital foi lançado para credenciar leitos pediátricos e neonatais já existentes em hospitais públicos e privados para atender ao Sistema Único de Saúde (SUS) por pelo menos 90 dias.

A atual situação da saúde pública é atribuída ao aumento do número de pacientes com bronquiolite, asma e pneumonia.

Santa Catarina possui um déficit histórico de vagas em UTIs nos hospitais públicos, devido ao rápido crescimento populacional e à falta de atenção ao sistema básico de saúde. A situação tem sido agravada pelo fato de o Estado ser um dos três com maior crescimento populacional nos últimos 10 anos, segundo o Censo 2022 do IBGE, sem o acompanhamento proporcional do aumento do número de leitos de UTI