Autoridades de saúde de Santa Catarina confirmaram nesta quinta-feira (25) os primeiros casos de febre do oropouche no estado, uma doença viral transmitida por mosquitos, após a morte de um homem no Paraná que havia visitado a região recentemente. O maruim é apontado como o principal vetor, mas há outros mosquitos, como o Culex, que também são responsáveis pela transmissão.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de casos da febre oropouche mais que quadruplicou em 2024, atingindo 3.354 casos nas primeiras 15 semanas do ano, comparado aos 832 casos em 2023. A maioria dos casos está concentrada na região Amazônica, mas o recente surto inclui registros em outros estados, como Bahia e São Paulo.
Em Botuverá, onde foram registrados os primeiros casos em Santa Catarina, as autoridades já iniciaram ações de vigilância epidemiológica. Os pacientes, com idades entre 18 e 40 anos, apresentaram sintomas entre 10 e 15 de abril, similares aos da dengue, mas análises laboratoriais confirmaram o oropouche.
O homem que morreu em Apucarana, no Paraná, após visitar Santa Catarina, foi atendido inicialmente por sintomas comuns da dengue, mas a investigação posterior confirmou oropouche como causa possível da morte. A equipe de saúde de Apucarana está intensificando a investigação do caso, incluindo a verificação dos locais frequentados pelo paciente.
A febre do oropouche e a dengue compartilham sintomas e vetores, complicando o diagnóstico. Apenas exames laboratoriais específicos podem diferenciar as doenças, essenciais para o controle e tratamento adequado.
As autoridades reforçam a importância de medidas preventivas, como a manutenção de quintais limpos e o uso de repelente para combater os mosquitos transmissores.
Não há vacina ou tratamento específico para a febre do oropouche, sendo recomendado o repouso e o tratamento sintomático para os afetados.
A situação é monitorada de perto pelas secretarias de saúde do estado e dos municípios envolvidos, com coleta contínua de dados e amostras para análise, visando um controle efetivo do surto e a proteção da população.
A secretária de Estado da Saúde de Santa Catarina, Carmen Zanotto, também reforçou a necessidade urgente da vacinação contra a gripe. Ela solicitou ao Ministério da Saúde a ampliação do grupo prioritário de crianças.
O pedido é que este grupo englobe todas as crianças até 12 anos.
Atualmente, apenas as de seis meses a cinco anos estão incluídas na Campanha de Vacinação contra a gripe.
No ofício encaminhado nesta terça-feira (23), a secretária argumenta que houve antecipação na circulação dos vírus respiratórios no Estado, como o da influenza.
Atualmente, segundo a SES, há uma tendência de aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo que os casos de SRAG por influenza já correspondem a mais de 10% do total.