Um vídeo gravado no bairro São Paulo, em Navegantes, no Litoral Norte de Santa Catarina, gerou intensa repercussão nas redes sociais neste fim de semana. Três homens aparecem no local afirmando que estariam invadindo um terreno na cidade.

Nas imagens, um deles declara:
“Aí, galera, vocês que falaram que não tinha favela em Santa Catarina… ali já estão as telhas e aqui tá sendo roça. Estamos invadindo e precisamos de umas 20 pessoas aqui. Estamos invadindo.”

A fala gerou revolta entre moradores da cidade, especialmente em grupos de WhatsApp e redes sociais, onde internautas cobraram fiscalização e providências por parte das autoridades. Outros, por outro lado, questionaram se a gravação não passava de uma provocação proposital.

Autor é do Pará e produz conteúdo satírico sobre SC

O homem que aparece falando no vídeo foi identificado como natural do Pará e atualmente vive em Santa Catarina. Ele é criador de conteúdo no TikTok, onde costuma publicar vídeos com tom sarcástico e críticas sociais voltadas à realidade catarinense.

Nos vídeos, ele frequentemente utiliza o bordão “vem”, com o qual convida outros moradores do Norte e Nordeste a virem para SC, em tom provocativo, sugerindo que o estado oferece muitas oportunidades.

Procurado pela reportagem, ele afirmou que o vídeo da invasão não era real e foi feito apenas para causar repercussão:
“Foi pra gerar engarrafamento”, disse ele.

Vídeos polêmicos já marcaram o perfil do criador

Essa não foi a primeira vez que ele causou polêmica nas redes. Em outra gravação, ele aparece dentro de um supermercado e critica o salário de um trabalhador local:
“Pessoal, estou aqui nesse supermercado e um funcionário aqui ganha R$ 1.800. Não dá pra entender como vive. Só o aluguel da minha casa é R$ 1.500”, comentou ele.

Já em outro vídeo, ele para em frente a uma empresa que anuncia vagas de emprego e ironiza moradores em situação de rua:
“Enquanto isso tem gente aqui em Santa Catarina no sinal pedindo dinheiro. E muito deles é catarinense. Já que aqui tem muito emprego, não entendo por que tem gente pedindo esmola”, afirmou.

As falas dividiram opiniões e também geraram críticas de moradores locais, que classificam o conteúdo como desrespeitoso e generalista.

Lei estadual aborda defesa da propriedade privada

A publicação do vídeo ocorre em meio à vigência da Lei nº 19.226/2025, conhecida como Lei “Anti-MST”, sancionada em março pelo governador Jorginho Mello (PL). A norma criou o programa Abril Amarelo, com foco na conscientização sobre a propriedade privada e segurança jurídica no campo.

A lei orienta produtores rurais a denunciarem movimentações suspeitas e permite a formação de grupos para proteger áreas privadas.

Até a publicação desta reportagem, nenhuma autoridade havia se manifestado oficialmente sobre o vídeo gravado em Navegantes.