“Existem pessoas negras que são seres humanos”, diz Ministra de Igualdade Racial

As pessoas precisam sentir no bolso", disse, frisando a necessidade de punições financeiras para agressores

“Existem pessoas negras que são seres humanos”, diz Ministra de Igualdade Racial

Divulgação / Redes sociais

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A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em participação no programa “Bom dia, Ministro”, da EBC, anunciou na última quarta-feira (1º de novembro) que o segundo pacote de medidas voltadas para a igualdade racial será lançado em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Além disso, Anielle Franco trouxe à discussão o tema do "letramento racial" e fez apontamentos críticos a respeito da linguagem cotidiana, destacando termos como "buraco negro" e "denegrir" como passíveis de revisão.

O segundo pacote é uma continuação das medidas anunciadas em março deste ano, que englobavam promoção dos direitos da população negra e quilombola, bem como ações direcionadas para reduzir os índices de violência contra jovens negros. "No primeiro pacote entregue, tivemos titulações, lançamento de planos e agora estamos montando tudo em relatórios e programas", declarou a ministra.

Anielle Franco argumenta que certos termos e expressões comuns na linguagem cotidiana são, na realidade, perpetuadores de estigmas raciais. Segundo ela, termos como "buraco negro" e "denegrir" deveriam ser revistos em nome de um "letramento racial".

“A gente precisa pensar nesse letrar que vai desde uma comunicação antirracista, passando pela Lei 10.639 [que inclui no currículo escolar o ensino da história e cultura afro-brasileira], até fortalecermos as leis de cotas”, argumentou.

Além disso, a ministra defendeu a necessidade de repensar formas de reparação a vítimas de atos racistas. "Só pedir desculpa ou fazer uma carta não é suficiente. As pessoas precisam sentir no bolso", disse, frisando a necessidade de punições financeiras para agressores.

A ministra destacou ainda a colaboração entre o Ministério da Igualdade Racial e o Ministério do Esporte em um Grupo de Trabalho para combater o racismo no meio esportivo. Anielle mencionou o caso do jogador Vinicius Jr. na Espanha como um entre vários que exigem uma abordagem mais rigorosa e estruturada contra o racismo no esporte.