"Não conseguimos retirar os corpos", diz comando dos bombeiros na BR-376

A informação foi repassada durante a coletiva de imprensa nesta terça-feira (29)

"Não conseguimos retirar os corpos", diz comando dos bombeiros na BR-376

Divulgação

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A tragédia na BR-376, em Guaratuba, segue mobilizando incisivamente equipes de resgate do Paraná e de Santa Catarina.

Até o momento, apenas um óbito foi confirmado e uma vítima foi resgatada e passa bem. Todavia, em entrevista coletiva, o comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, Coronel Manoel Vasco de Figueiredo Júnior, confirmou que os socorristas já conseguiram ver mais corpos. As vítimas não foram removidas ainda pela dificuldade de chegar até o local.

“Ontem foi socorrida uma vítima com vida, também tiveram outros episódios de pessoas que conseguiram sair por si só do veículo. Também tivemos um óbito confirmado e as guarnições estão visualizando, infelizmente, outros óbitos no local, mas isso nós vamos precisar de mais algumas horas, porque o acesso é muito complicado. Temos uma grande massa de terra e uma questão de quase 40 metros”, disse.

O desmoronamento de terra na BR-376, no km 669, em Guaratuba, aconteceu por volta das 18h30 de segunda-feira (28), quando passavam vários veículos pelo local. De acordo com o coronel Vasco, entre seis carretas e de 10 a 15 veículos de passeio estão soterrados.

Ainda na noite de segunda, o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina auxiliou no atendimento e resgate às vítimas.

“Nesse momento estamos com 54 bombeiros e os cães buscando vítimas no local. Estamos em duas frentes de trabalho: uma na região Sul, com guarnições do Corpo de Bombeiros, e outra, em pronto comando, na região Norte, com equipes de Curitiba, do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST), trabalhando nesse sentido. Assim que possível, faremos um sobrevoo da área para maiores avaliações”, explicou o comandante.

Ele destaca que o local é de alto risco para novos deslizamentos, portanto, a segurança das equipes está sendo reforçada. Além disso, pede para que a população não se desloque para o local e nem tente auxiliar na operação de resgate.

O trabalho de socorro às vítimas está sendo realizado em conjunto com geólogos e engenheiros, que estudam a possibilidade de mais desmoronamentos e avaliam se a estrutura da rodovia pode ter sido afetada.

“Em nosso Estado temos as rodovias que cortam Serras, isso propicia situações como essa, mas também temos instituições preparadas para dar o devido tratamento. A Defesa Civil está atuando desde a primeira hora da madrugada, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, a própria Polícia Rodoviária Federal, que estão tentando minimizar os impactos e dar atendimento às vítimas”, afirmou o secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita.

“São vários pontos de deslizamento e a chuva não parou, então podem acontecer mais deslizamentos. Temos, com certeza, impactos em pelo menos seis caminhões e de 10 a 15 veículos menores que foram atingidos com grande deslizamento e empurrados para a ribanceira”, disse.

Ele afirmou, ainda, que não é possível retirar todos os veículos do local porque alguns caminhões estão segurando uma carga maior de terra e, se forem retirados, podem causar novos deslizamentos. “Estamos fazendo a retirada da terra e primeiro atendimento, mas é importante destacar que vai ser um trabalho de longo prazo e que precisa ser feito com cautela, para não causar novas vítimas”, comentou.