El Niño traz desafios e oportunidades para agricultura catarinense

As mudanças climáticas provocadas pelo fenômeno podem resultar em aumentos nos custos de produção e problemas com erosão do solo

El Niño traz desafios e oportunidades para agricultura catarinense

Arquivo/ imagem ilustrativa

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O Estado de Santa Catarina deve experimentar um inverno mais quente, com chuvas mais frequentes e totais elevados nos próximos três meses, segundo a previsão da Epagri/Ciram. 

A condição de chuva acima da média climatológica esperada está associada ao fenômeno El Niño, que está previsto para se configurar durante o inverno com intensidade moderada a forte.

A meteorologista Marilene de Lima explicou que as mudanças climáticas esperadas para os próximos meses podem ter impactos significativos na agricultura catarinense. "Culturas de inverno como alho e cebola, que são majoritariamente irrigadas, podem sofrer com problemas fitossanitários devido ao excesso de chuvas", disse. Isso pode resultar em aumento nos custos de produção e problemas com erosão do solo, particularmente em regiões com maior declividade.

Os cereais de inverno, como o trigo, também poderiam sofrer. A preocupação reside na previsão de chuvas excessivas para os meses de outubro e novembro, período que coincide com as fases de maturação e colheita da cultura. Se essas previsões se confirmarem, a produtividade de Santa Catarina poderá ser afetada pelo aumento da ocorrência de doenças fúngicas, prejudicando diretamente a qualidade do grão de trigo e reduzindo seu valor comercial.

Por outro lado, as previsões também sugerem que as culturas de verão, como o milho, poderiam se beneficiar das chuvas acima da média. O analista de socioeconomia e planejamento agrícola da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, disse: "A condição de chuva entre próxima e acima da média climatológica esperada para as regiões catarinenses nos próximos meses pode favorecer o cultivo de milho e no desenvolvimento de pastagens nativas e cultivadas, se bem distribuídas ao longo da primavera."

No entanto, ele também ressaltou que a soja, uma cultura resistente a períodos curtos de estiagem, poderia enfrentar desafios se ocorrer excesso de chuvas durante o ciclo de desenvolvimento. Isso poderia levar a um aumento nas doenças fúngicas e elevar os custos de produção devido à necessidade de aplicação de fungicidas e outros agroquímicos.

Assim, enquanto os catarinenses podem desfrutar de um inverno mais quente do que o normal, os agricultores do estado terão que enfrentar os desafios trazidos pelas mudanças climáticas esperadas. As chuvas mais frequentes podem tanto beneficiar quanto prejudicar a agricultura, dependendo do tipo de cultura e da capacidade dos agricultores de se adaptarem a essas condições.


Com informações de RWTV.