Mãe se pronuncia após episódio em creche de Tijucas

Ela diz que ouviu em ligação um “choro de criança” que “parecia seu filho” e por isso foi até a escola

Mãe se pronuncia após episódio em creche de Tijucas

Redes sociais

No WhatsApp do JR tem notícia toda hora! Clique aqui para acessar.

Em notícia dada pelo Jornal Razão, nesta quinta-feira (25), uma creche do bairro Joaia relatou que uma mãe teria invadido a escola para ver seu filho na sala de aula. Ainda conforme dito, esta é a terceira instituição que criança, que é autista, passa devido aos 'problemas' causados pela mulher. 

A partir do que foi publicado, a mulher, que solicitou resguardo de sua identidade, entrou em contato com a redação e pediu por direito de resposta. Ela conta que, no dia anterior ao ocorrido, a escola enviou vídeos onde o filho autista estava em lágrimas e a solicitou que o buscasse mais cedo. Já no período em que ocorreu o caso, conforme relata, ligou à instituição, questionando se a criança estava bem e, ao fundo, teria ouvido um choro parecido com o do menor, o que deu início à revolta. 

Confira o relato na íntegra:

"No dia anterior ao ocorrido, a escola enviou vídeos onde o meu filho autista estava em lágrimas e solicitou que o buscasse mais cedo. No dia seguinte, liguei para o colégio e perguntei por meu filho, então eles responderam 'ele está bem'. Só que escutei um choro, que parecia com o do meu filho. Então perguntei sobre e a ligação caiu. Mandei mensagem no whatsapp e fui verificar (na creche).

Chegando lá, ele estava chorando. Eu fiquei nervosa, pois eles disseram que meu filho não estaria chorando, e estava. Quando cheguei no portão, falaram que não iriam abrir. Então falei que iria vê-lo só de longe, aí abriram. Entretanto, ao abrir, ele estava chorando, então falaram: 'vai acalmar teu filho'. 

Diante disso, eu relatei para eles: 'vocês não podem mentir, vocês disseram no telefone que ele não estava chorando'. Ele não sabe ler com dois anos de idade, até mesmo porque ele não fala, como é que vou pedir para ele ler e escrever? Com isso, solicitei mais parceria entre as mães e a escola, para que andemos de mãos dadas.

Não há necessidade de todo esse tumulto e expor a vida de uma criança dessa forma. Não vou à escola todos os dias, como está na reportagem (anterior), só vou quando solicitado... E nem sou eu, o pai dele que vai pegá-lo mais cedo". 

Ainda na nota enviada ao Jornal, a mulher demonstrou o tipo de mensagem que costuma trocar com a escola, e, neste momento, acabou contradizendo a própria afirmação. Confira:

"'Depois do momento do almoço, ficou bem agitado. Não aceitou salgado e não aceitou a fruta. Pode vir buscar'. Essa foi a mensagem que me passaram no dia do ocorrido, mesmo depois de ter ido à escola várias vezes, pedem para pegar mais cedo. 

Referente à professora dois (a criança recebe apoio pedagógico de um docente auxiliar, popularmente conhecido assim), foi uma lutar para conseguir. Solicitei várias vezes à escola, que não concedeu. Precisei entrar no Ministério Público para conseguir e, na matéria (anterior), é como se eles tivessem concedido. 

Que sejam preservadas a minha imagem e a do meu filho, além dos nossos nomes, nessa resposta".

Diante do fato, a redação do Jornal Razão sentiu a necessidade de emitir uma nota acerca da situação. Confira:

"O Jornal Razão é solidário com a causa dos pais e mães atípicos e nestes 27 anos de história foram incontáveis as vezes em que nossa participação foi determinante em suas importantes lutas e conquistas. A AMA e APAE de Tijucas são dois grandes exemplos disso.

Em dezembro do ano passado, noticiamos um episódio relatado pela mesma mãe com graves acusações contra outra creche de Tijucas.

Naquela oportunidade, ela relatou que seu filho teria sido deixado de fora propositalmente de uma suposta foto de apresentação de Natal. Acontece que, posteriormente, provou-se que o menino sequer era da turma cuja foto havia sido compartilhada. Ou seja, estranho seria se ele estivesse na foto.

Independente da dualidade de versões, não nos abstemos de dar espaço ao relato da mãe. Da mesma forma, seria injusto ignorarmos a revolta de vários professores e profissionais de ensino que estão indignados com as acusações e postura desta mulher.

Hoje fomos, inclusive, surpreendidos pelo fato de que a mãe possuí, no mínimo, três números de celular, que usou para ligar para nossa redação várias vezes num curto espaço de tempo.

Mesmo explicando que iríamos conceder o espaço para o direito de resposta, a cada mensagem enviada no WhatsApp que não fosse imediatamente respondida, ela novamente nos ligava de um novo número.

Apenas no próprio WhatsApp, são dois perfis com o exato mesmo nome e a exata mesma foto.

Todos têm direito e dever de lutar, justamente, por seus direitos. Mas o respeito vai até onde chega o espaço do próximo. Passar por cima, querer impor situações, causar discussões sem fundamento e apontar o dedo para acusar professores que se dedicam diariamente no zelo de sua função é completamente errado e injusto.

E com injustiça a gente não compactua".