“Foi a mão de Deus”: sobrevivente conta como escapou da tragédia com balão em SC
Por equipe Jornal Razão
Publicado em 22/06/2025 12h06
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“Foi a mão de Deus”, diz sobrevivente do balão em SC. Ele relata a queda, o impacto e o momento em que a cesta explodiu e subiu com vítimas dentro.
“A cesta passou por cima de nós. A gente achou que ia morrer.”
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A frase dita por Fernando Veronesi, um dos sobreviventes da tragédia com o balão em Praia Grande (SC), resume a cena desesperadora vivida segundos antes da explosão. O relato foi feito em entrevista exclusiva ao repórter William Fritzke, parceiro do Jornal Razão.
Fernando detalha que o balão bateu no chão, caiu de lado e, logo depois, voltou a subir em chamas, com vítimas ainda dentro do cesto.
“Quando ele mandou abaixar na cesta, já tava muito quente. Eu falei pra minha namorada: ‘Levanta! Vai dar impacto forte’. Ela levantou, se preparou. A gente bateu no chão, caiu numa plantação de arroz. Era barro fofo, graças a Deus.”
Fernando Veronesi
Segundo ele, o balão caiu com força, e a estrutura da cesta virou completamente. No impacto, alguns passageiros foram lançados para fora.
“Eu fui jogado pra frente do cesto, caí dentro do barro. A cesta passou por cima de nós. Aí ela virou de novo e, quando levantou, já estava pegando fogo.”
Fernando Veronesi
A versão de Fernando desmonta a ideia de que o balão teria pousado e os passageiros saído com calma. Ele afirma que a maioria foi “ejetada com a batida” e que os que permaneceram abaixados, como foi instruído, não conseguiram reagir.
“Não teve tempo de nada. Foi tudo muito rápido. Quem ficou abaixado não teve reação. Não tinha como segurar o balão.”
No momento da queda, seis pessoas conseguiram se jogar do cesto e sobreviveram. Fernando conta que se levantou no meio do barro, ainda atordoado, e chamou pela namorada.
“Ela respondeu, eu vi que estava viva. Aí olhei pro lado e tinha mais dois casais ali. A gente se olhava sem acreditar. Parecia que fazia parte do passeio, mas era choque, era desespero.”
O sobrevivente também criticou o fato de o piloto, no momento da queda, não ter orientado os passageiros a se preparar para pular.
“Ele mandou abaixar, mas não falou que ia ser um pouso forçado. Se tivesse dito ‘se prepara pra pular’, talvez mais gente tivesse conseguido sair.”
Ainda segundo ele, não houve qualquer possibilidade de conter a subida do balão após o impacto. O retorno da cesta ao ar teria sido imediato.
“A gente não teve como segurar. Não teve tempo, não teve reação. Foi a mão de Deus que salvou a gente. O balão subiu pegando fogo, e as pessoas que ficaram lá dentro não conseguiram sair.”
Fernando Veronesi
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil de Santa Catarina, que já ouviu testemunhas e o piloto responsável pelo voo. A Polícia Científica atua na identificação dos corpos e na análise dos equipamentos usados no passeio.
A entrevista foi gravada integralmente para preservar detalhes e evitar exposição de informações que possam ferir ainda mais os familiares das vítimas.
“Tudo foi feito com responsabilidade. A gente editou os trechos mais sensíveis. O importante é que essas informações cheguem à investigação”, afirmou William Fritzke, que acompanha o caso desde o início.
A tragédia deixou ao menos oito mortos e 13 feridos. A empresa responsável ainda não se manifestou sobre os relatos dos sobreviventes.
A íntegra das entrevistas está sendo publicada no Instagram @williamfritzke.