Um vídeo publicado nas redes sociais por um criador de conteúdo natural do Norte do Brasil provocou indignação em Santa Catarina. Nas imagens, o rapaz aparece ao lado de dois homens em um terreno no bairro São Paulo, em Navegantes, dizendo que estariam invadindo o local.
“Aí, galera, vocês que falaram que não tinha favela em Santa Catarina… ali já estão as telhas e aqui tá sendo roça. Estamos invadindo e precisamos de umas 20 pessoas aqui. Estamos invadindo”, diz ele no vídeo.
O conteúdo viralizou rapidamente e gerou reações de revolta entre moradores da região e usuários das redes sociais. Alguns chegaram a cobrar ação imediata do poder público, enquanto outros suspeitavam que o vídeo era apenas uma provocação.
O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, confirmou que as imagens já estão sendo analisadas. Segundo ele, será verificado se houve crime, mesmo que o vídeo tenha sido feito em tom de deboche.
Criador diz que conteúdo era humorístico
O responsável pela publicação mora atualmente em Santa Catarina, mas é natural do Amapá. Ele possui um perfil no TikTok onde costuma publicar vídeos satíricos e provocativos sobre o estado. Em suas postagens, utiliza o bordão “vem” para convidar conterrâneos a se mudarem para SC.
Após a repercussão negativa, ele se defendeu dizendo que o vídeo era apenas uma “sátira” para gerar “engarrafamento digital”, expressão usada por ele para se referir ao alcance nas redes sociais.
Apesar disso, ele já havia causado polêmica anteriormente com vídeos em que ironiza o salário de trabalhadores catarinenses e critica moradores em situação de rua. “Enquanto tem vaga nas empresas, tem catarinense pedindo dinheiro no semáforo”, afirmou em uma das publicações.
Contexto da nova lei em SC
O caso ocorre em meio à implementação da Lei nº 19.226/2025, conhecida como Lei “Anti-MST”, sancionada pelo governador Jorginho Mello em março. A legislação instituiu o Abril Amarelo, com foco na defesa da propriedade privada, orientando produtores rurais a denunciarem movimentações suspeitas e se organizarem para proteger suas terras.