“Quantas mais eles vão matar?”: mãe implora por justiça após morte de duas crianças em BC

Por Redação

Publicado em 12/08/2024 20h06 | Atualizado há 34 dias

As recentes mortes de duas crianças no Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, estão gerando uma onda de indignação e revolta entre a população, especialmente nas redes sociais. Os relatos das mães expõem o desespero vivido nos últimos momentos de vida de seus filhos e a sensação de abandono e descaso por parte do atendimento médico.

O Desabafo de Manuela Francisco Martins, Mãe de Theo

Manuela Francisco Martins, mãe de Theo Francisco Neumann, de apenas 1 ano e 9 meses, compartilhou sua dor e frustração em um depoimento ao Jornal Razão. Ela relatou a sequência de falhas nos atendimentos médicos que, segundo ela, culminaram na morte de seu filho. Após vários dias de tentativas frustradas de obter um diagnóstico e tratamento adequados, Theo acabou falecendo devido a uma pneumonia aguda e uma infecção generalizada.

Manuela, visivelmente abalada, fez um apelo às outras mães para que evitem buscar atendimento no Hospital Ruth Cardoso, descrevendo a unidade como um “açougue de hospital”. Ela destacou a falta de empatia e o despreparo dos profissionais, alertando sobre os perigos de diagnósticos superficiais.

“Não procurem esse hospital com falta de empatia! Com profissionais recém-formados, sem UTI, porque a qualquer momento pode precisar… E fiquem de olho sempre em qualquer sintoma nas crianças! Cuidado e mais cuidado é essencial: uma morte atrás da outra que eles abafam o caso!!! Não vão para esse açougue de hospital, porque eles falam que estão fazendo de tudo, mas negam qualquer ajuda, são grossos no pior momento da gente”, desabafou Manuela, em meio à profunda dor pela perda de seu filho.

A Revolta da Avó de Eliadh Lubke Rosa

Pouco tempo após a morte de Theo, mais uma família foi devastada por uma tragédia semelhante. Eliadh Lubke Rosa, um bebê de apenas 7 meses, também faleceu após ser atendido no Hospital Ruth Cardoso. A avó de Eliadh, em um vídeo nas redes sociais, expressou sua dor e revolta diante do que considera negligência médica.

“E hoje a gente tá aqui, nesse hospital aqui, meu neto veio pra cá, liberaram ele com suspeita de bactéria e isso e aquilo. E hoje tá aqui, triste, lamentável. Notícia de que meu neto morreu. Mais uma criança morta nesse hospital! É isso, alguém tem que fazer alguma coisa, minha filha pediu socorro e ninguém fez nada!” desabafou a avó, mostrando o sofrimento e a indignação da família ao receber a trágica notícia. 

 

Nota oficial do hospital

A Prefeitura de Balneário Camboriú, por meio da Secretaria de Saúde, lamenta os dois óbitos ocorridos nos últimos dias e informa que o Hospital Municipal Ruth Cardoso prestou toda a assistência, com todos os atendimentos médicos e exames necessários para os dois casos.

Os atendimentos ocorreram de forma rápida e ágil de acordo com a gravidade dos casos, e foram prestados por médicos pediatras especialistas, devidamente registrados no Registro de Qualificação de Especialidades do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina.

No primeiro caso o paciente deu entrada na quinta-feira (08) a noite, onde realizou exames e não apresentou alterações. No sábado (10), no início da noite, o paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento do Bairro das Nações em estado grave e foi imediatamente encaminhado ao Hospital Municipal Ruth Cardoso, conduzido a sala de emergência, prestada toda a assistência médica e solicitada vaga de UTI Pediátrica. Durante todo o atendimento, os médicos responsáveis estiveram em contato com os pais atualizando periodicamente sobre o quadro e na madrugada fizeram uma conferência com toda a família explicando a gravidade. A criança foi a óbito no início da manhã.

O segundo paciente foi atendido no Hospital Municipal Ruth Cardoso no domingo (11), por volta das 3h, com queixa de diarreia e exame clínico normal, sem outras alterações, teve alta com orientação aos pais de sinais de alerta. Por volta das 23h, acompanhado dos pais, retornou ao hospital com desconforto respiratório grave, foi imediatamente conduzido à emergência, prestada toda a assistência médica e internado. Infelizmente, o paciente veio a óbito nesta segunda (12) pela manhã.

O HMRC esclarece que não se trata de infecção hospitalar. Os critérios para definição são normatizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e avaliados por médicos infectologistas, sendo um dos critérios ter no mínimo 24 horas de internação, o que não se enquadra nos casos.

O HMRC está à disposição para conversar diretamente com as famílias para informar e esclarecer a evolução dos casos.

O Município lamenta profundamente as perdas.

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